terça-feira, 21 de junho de 2011

Febre

A maternidade nos confronta não apenas com momentos lindos e cheios de paz e harmonia.
Ver seu filho doente, seja pelo motivo ou doença que for, é algo que dilacera o peito o causa uma angústia sem tamanho. Estar nesta condição é algo devastador, pois te faz ter medos nunca antes sentidos.
Recentemente  João Victor adoeceu. Queimava em febre e o remédio parecia não fazer efeito. Ligamos para pediatra que, ao ouvir meu relato, orientou-me a levá-lo ao pronto socorro para que a condição pulmonar dele fosse avaliada.
Primeiro susto: a pediatra não recomenda levar a criança ao hospital por qualquer problema. Ela sempre faz a orientação pertinente e diz para levarmos ao posto em último caso.
Não pensei duas vezes e lá fui eu, com meu pequeno pacotinho para o hospital.
Três horas de espera e uma barbie envelhecida nos atende. Começo a relatar os sintomas do João Victor e sem me ouvir direito ela solta: Ele fica sempre assim né mãezinha?
Mais que imediatamente respondo: NÃO! Meu filho tem um ano e dois meses e nunca ficou doente e é justamente por isso que estou em PÂNICO!
Ela ficou meio sem graça pelo julgamento sem fundamento e absurdamente precoce e começou a examiná-lo. Segundo ela, João Victor estava com uma irritação no ouvido e prescreveu alguns medicamentos e nos liberou.
Saí de lá angustiada. Eu e o Raphael tomamos todas as medidas possíveis para resguadar o João das viroses malucas e otites temidas e acontece isso? O bichinho todo molinho no nosso colo, dando gemidinhos a cada movimento e a febre que não cessa.
Bem, tudo isso pra contar que foram ao menos três dias de febre, bebê sem comer direito e eu com o coração em frangalhos. Minha imunidade baixou e caí de cama, com as noites sem dormir e intenso desânimo. Que mãe esta preparada para isso?
Quando a febre subia, só pensava no pior. Orava, pedia intercessão divina e entrava em desespero. 
Graças ao divino, depois de três dias meu filho começou a responder as medicações e a febre foi embora.
Converso pelas redes sociais com algumas mães e vejo que o sentimento de todas é o mesmo: a sensação de impotência, a vontade de trocar de lugar com o filho, de absorver a dor, o desconforto... e não é só em caso de doença, mas de decepções, de corações partidos seja pelo primeiro amor ou pelo time de futebol.
Ser mãe é muito além dos momentos cor de rosa. Não acredito no padecer no paraíso mas é uma doação que não tem tamanho, um bem querer que não cabe no peito, é algo de fato inexplicável e que só quem é mãe sabe a dimensão. (sem clichês!).

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